DIEGO VELÁSQUEZ,O MESTRE ESPANHOL DO NATURALISMO BARROCO

Diego Rodríguez de Silva Velázquez pintou cerca de cem quadros, obras de grande valor. O seu naturalismo barroco permitiu-lhe captar, como ninguém, o que via. Atingiu um conjunto de conquistas que não encontraria semelhança até ao século 19. Altivo, inteligente, conhecedor da história da arte, retratista da família real, alcançou as honras de cavaleiro da Ordem de Santiago por sua fidelidade à Coroa.
Os pais de Velázquez chegaram a Sevilha no final do século 16. Seu pai era um fidalgo de origem portuguesa e logo percebeu a aptidão do filho para a pintura. Velázquez teve como mestres Francisco Herrera, o Velho, e em 1610 entrou para o ateliê de Francisco Pacheco. Ali permaneceu por muitos anos, obtendo, em 1617, o diploma de pintor e, no ano seguinte, desposando Joana, filha de seu mestre.
Nessa época, suas obras mostram influências do naturalismo de Caravaggio e Pieter de Aertsen. Em 1622 Velázquez foi chamado a Madri para pintar o monarca Felipe 4o após a coroação, pois já eram famosas as suas obras "Velha fritando ovos", "Adoração dos Magos" e "O aguadeiro de Sevilha".
Quando o pintor flamengo Rubens visitou a corte madrilena, o único pintor que desejou conhecer foi Velázquez. Os dois tornaram-se próximos e chegaram a viajar juntos. Rubens estimulou-o a viajar para a Itália, onde permaneceu de 1629 a 1631. Lá descobriu a escola veneziana, e estudouTiciano, Tintoretto e Veronese. Pintou "A forja de Vulcano" e "A túnica ensanguentada de José levada a Jacó" (ambas as telas com a influência de El Greco).
Regressando a Espanha em 1631, Velázquez deu início à sua fase mais produtiva. Para o palácio de Bom Retiro fez retratos equestres de Felipe 4o e pintou "A rendição de Breda"(1634-1635). Em 1649 retornou à Itália em missão oficial, para adquirir peças para a coleção real espanhola. Antes de voltar a Madri, pintou o retrato do papa Inocêncio 10o (1650), que lhe valeu celebridade internacional, e duas paisagens, ou seja, duas vistas da Vila Médici em Roma.
Em Madri foi encarregado da decoração dos palácios reais. Nessa época pintou os retratos da rainha Mariana e da infanta Maria Teresa (que posteriormente se tornaria rainha da França). Por volta de 1655 pintou "As Fiandeiras" e, no ano seguinte, concluiu "As Meninas", composição que os críticos consideram sua obra-prima, síntese de seu realismo e de seu idealismo.

Fonte:http://educacao.uol.com.br/biografias/diego-velazquez.jhtm

VIDA E OBRA

Diego Rodrigues da Silva y Velázquez (Sevilha6 de junho de 1599 — Madrid6 de agosto de 1660[3] [4] [5] [6] ) foi um pintor espanhol e principal artista da corte do rei Filipe IV de Espanha. Era um artista individualista do período barroco contemporâneo, importante como um retratista[7] . Além de inúmeras interpretações de cenas de significado histórico e cultural, pintou inúmeros retratos da família real espanhola, outras notáveis figuras europeias e plebeus, culminando na produção de sua obra-prima, Las Meninas (1656)[3] .
Desde o primeiro quarto do século XIX, a obra de Velázquez foi um modelo para os pintores realistas e impressionistas, em especial Édouard Manet[5] que chegou a afirmar que Velázquez era o "pintor dos pintores"[5] . Desde essa época, os artistas mais modernos, incluindo os espanhóis Pablo Picasso[1] e Salvador Dalí, bem como o pintor anglo-irlandês Francis Bacon[1] , que homenageou Velázquez recriando várias de suas obras mais famosas.[7]
A grande maioria dos seus quadros estão no Museu do Prado.

Biografia

Família e infância


Diego Velázquez foi um artista tecnicamente formidável, e na opinião de muitos críticos de arte, insuperável pintor deretratos.

crucificação de Jesus Cristo por Diego Velázquez.
Filho de um advogado de nobre ascendência portuguesa (os seus avós paternos eram do Porto, João Rodrigues da Silva,[3] , Velázquez levou o prenome do avô paterno que, em 1581, deixou Portugal (era originário do Porto) para instalar-se com sua esposa em Sevilha, onde Diego nasceu a 6 de Junho de 1599[1] [2] [5] [8] e batizou-se[3] [8] . Provavelmente nasceu no dia anterior ao do seu batismo, ou seja, 5 de Junho de 1599[9] Sua mãe era de origem sevilhana. Ele era o mais velho de oito irmãos[10] . A sua família pertencia à pequena fidalguia da cidade[11] [12] . Foi um artista tecnicamente formidável, e na opinião de muitos críticos de arte, insuperável pintor de retratos[3] .

Juventude e estudos

Em 1609, sua família percebeu sua vocação e, ainda jovem, Velázquez foi levado para estudar com Francisco Herrera, o Velho[5] , prestigioso pintor sevilhano naturalista apaixonado pela arte de Caravaggio[8] . Em dezembro do mesmo ano, entrou como aprendiz no estúdio de Francisco Pacheco del Río[1] [5] [8] e, em 1611, o pai assinou, em seu nome, um contrato de aprendizado por seis anos (que acabou em 1617) com Pacheco[2] , após o que seria submetido a exame, constituído por uma prova teórica e uma prova prática de pintura a óleo. Em Sevilha, a comunidade artística era regida por uma espécie de confraria. A corporação de São Lucas era controlada por Pacheco e Juan de Uceda. Depois de passar pelos exames[5] [8] , Velázquez precisava jurar fidelidade aos estatutos da organização. Só então teria o direito de praticar a arte.[7]
No ano de 1617 cria a sua própria oficina de trabalho em Sevilha[2] [5] .

Primeiros trabalhos

Em seus primeiros trabalhos é possível notar contraste entre zonas escuras e zonas iluminadas por um único foco de luz, uma tentativa de ressaltar volumes e relevos. Esta técnica era característica do tenebrismo e tinha como principal artista Caravaggio[1] , muito conhecido pelo seu sarcasmo. Um exemplo destacante deste período seria Adoração dos Reis Magos (1619).[6]
Como um pintor de retratos inspirado no tenebrismo buscava mostrar os detalhes de cada modelo. Sendo que seu diferencial era não prender-se apenas ao cômico ou ao grotesco dos personagens, retratando todos respeitosamente e destacando a individualidade de cada um.
Casou com a filha do seu professor Francisco Pacheco, Juana Pacheco em 1618[2] [5] [8] , no mesmo ano nasce a sua primeira filha, Francisca, em Sevilha[5] , com quem, em 1621, tinha duas filhas[2] , Francisca e , logo Velázquez iria se unir a Diego de Melgar, com quem foi para Madrid e mais tarde casar-se com o pintor Martínez del Mazo[5] . A personalidade do seu mestre, Pacheco, tido como pintor medíocre, mas teórico interessante, forneceu uma sólida formação técnica a Velázquez e acesso a um meio que revelou-se valioso para a sua profissão. Pacheco encarregou Velázquez, em sua primeira viagem a Madrid, de encontrar Luís de Góngora[8] , o poeta, e de fazer seu retrato. Durante a viagem, na companhia do poeta Francisco de Rioja[8] , seu discípulo e servo[8] - membro da academia sevilhana de Pacheco, foi apresentado a Gaspar de Guzmán conde-duque de Olivares, também sevilhano. A partir daí, Velázquez tem acesso às coleções reais.

Família real

Em 1622, faz a sua primeira viagem para Madri[5] . Em 1623 faz a sua segunda viagem com o propósito de retratar Felipe IV[2] [3] [5] [6] [8] . Em 1623, um ano depois da morte de Rodrigo de Villandrano, um dos cinco pintores do rei,Felipe IV nomeia-o pintor oficial da corte[2] [5] por intermédio do ministro real, o conde Olivares, que se torna seu protetor[3] [6] .
O resultado foi um retrato equestre do rei, o qual ficou maravilhado e concedeu na mesma hora a Velázquez o posto de pintor de câmara da corte real[2] . Pena que o paradeiro desta obra seja desconhecido[3] .
Seu ingresso na corte foi o primeiro passo para cumprir seus objetivos dentro da pintura e de sua vida social. Tinha um recurso único que era a permissão de poder visitar sempre que quisesse o acervo real de obras-primas. No período de (1628-1629) conheceu o grande mestre do barroco Peter Paul Rubens[1] , que também era membro da corte. Conhecer Rubens motivou Velázquez a pintar cenas mitológicas[8]

Primeira viagem à Itália

Foi pela primeira vez à Itália em 1629[1] [5] , onde permaneceu um ano e meio e visitou os mais importantes centros culturais da Itália[3] , descobriu o colorido da escola veneziana[3] e copiou e estudou, entre outros, Ticiano[1] , Tintoretto e Veronese, foi a Nápoles encontrar-se com Ribera[3] . A viagem intensificou o realismo de Velázquez[3] , como demonstram duas de suas mais importantes composições, "A forja de Vulcano" (1630)[3] e "A túnica ensangüentada de José levada a Jacó" (1630)[3] . Por sua composição, ambas as telas revelam a influência de El Greco[3] , pelo qual Velázquez nutria intensa admiração[3] . Entre a produção dessa época destaca-se também "Crucifixão" (cerca de 1630)[3] ; tipicamente espanhola, trata-se de uma composição sombria, que nada deve às representações italianas, e cujo realismo ultrapassa todas as convenções[3] .

Período entre as viagens

Obrigado a regressar à Espanha em 1631[3] , por problemas de saúde[3] , Velázquez retomou suas funções e deu início à fase mais produtiva de sua carreira, marcada não apenas pelos retratos de personagens da corte, mas também por trabalhos com temas históricos, mitológicos e religiosos[3] . Para a redecoração do palácio de Bom Retiro, realizou diversos retratos eqüestres de Felipe IV[3] e sua única obra com tema histórico, A Rendição de Breda (1634)[3] . Também conhecida como "As lanças", a obra é considerada por grande parte dos críticos como a mais perfeitamente equilibrada do artista[3] .
Ao voltar de viagem, executou trabalhos religiosos e profanos, assim como retratos equestres do rei e do infante. Sucederam-se as obras-primas como Cavalo Branco, os retratos de bobos da corte e as efígies de Esopo e de Menippe.
Em 1643, Velázquez foi levado para um cargo administrativo[2] , devido à queda do conde-duque de Olivares. Isso criou um ponto alto na sua obra.[8]
Em 1647 ele foi encarregado de um projeto para modernizar o palácio de Alcázar de idade[2] .

Segunda viagem à Itália

Em 1649, Velázquez fez uma segunda viagem à Itália[1] [5] para comprar pinturas de Ticiano, Tintoretto e Paolo Veronese e esculturas[3] [8] e manter-se a par da evolução da arte italiana [2] . Lá em Roma, ele pintou três quadros[3] , incluindo um do Papa Inocêncio X[1] (pintura de 1650[1] )[2] [3] notável pela sua severidade[3] e que tornou-se mais tarde uma obsessão na obra de Francis Bacon[1] . Ele também teve um caso, resultando em um filho ilegítimo que atrasou consideravelmente seu retorno à Espanha[2] - para grande desgosto do rei. Enquanto isso, ele também pintou o famoso quadro Vênus do espelho para um nobre espanhol importante, o Marquês de Eliche[2] . Em 1650, tornou-se membro da Escola de Arte Romana[1] . Na Itália, foi nomeado membro das academias romanas de São Lucas[5] e d'os Virtuosos do Panteão[5] .

Retorno a Madrid e idade de ouro

De volta a Madrid em 1651, foi encarregado da decoração de todos os palácios reais, mas prosseguiu com seus trabalhos de pintura, embora em ritmo menos acelerado. São dessa época os retratos da rainha D. Mariana (1652-1653) e da infanta D. Maria Teresa(1652-1653), que mais tarde se tornaria rainha da França. Por volta de 1655, pintou o primeiro quadro na história da arte dedicado ao trabalho, "As fiandeiras" , que teve suas proporções definidas com base na observação de Velázquez das composições do teto da capela Sistina[3] .
Em 1656, pintou Las Meninas[1] [3] [13] , composição de extrema complexidade que culmina a série dos quadros da corte. É a síntese de seu realismo e de seu idealismo, tanto no sentido das proporções ideais como no do espírito aristocrático. A composição contrasta o grupo circular das figuras em cena e as linhas verticais que tendem para cima[7] . Igual contraste se nota entre os fundos escuros e a luz que envolve as figuras. A infanta Margarida Maria é o centro ideal da composição e em torno dela giram as outras figuras, inclusive o próprio Velázquez, auto-retratado. A cena parece inesperada e espontânea, a infanta e suas damas de honra o vêem pintar o rei e a rainha, vistos apenas refletidos num espelho ao fundo—apesar da hierarquia calculada do conjunto, com o artista em discreto segundo plano[1] [3] [13] . Em 1659 Velázquez adquire o título de Cavaleiro da Ordem de Santiago[1] .

Últimos trabalhos e morte

Em 1660, Velasquez tinha o encargo da sua última e maior cerimónia - o casamento da infanta D. Maria Teresa de Luís XIV de França. Este foi um dos trabalhos mais elaborados. Desgastado por esses trabalhos, Velasquez contraiu uma febre que lhe fez morrer a 6 de agosto[2] [14] em Madrid.[1]

Legado

A sua fama veio logo após sua morte, começando no início do século XIX, quando se provou um modelo para os artistas realistas e impressionistas, em especial para Edouard Manet. Sua influência estendeu-se para artistas comoPablo Picasso[1] e Salvador Dali.
Até o interesse por Velázquez no século XIX, suas pinturas situadas nos palácios e o museu de Madrid foram pouco conhecidas pelo mundo exterior; elas escaparam do roubo pelos soldados franceses durante a Guerra Peninsular[7] . Em 1828, sir David Wilkie escreveu de Madrid que ele próprio sentiu a presença de um novo poder na arte quando observou os trabalhos de Velázquez, passando a usar um estilo mais variado e ousado da cor.[15]

Obras


As Meninas, 1656

Mais conhecida como Las Meninas esta obra é uma das mais importantes e a mais famosa. Utilizou sua iluminação característica, introduziu um auto-retrato e sua técnica de quadro dentro do quadro.
Vénus olhando-se ao Espelho, 1644-48

Esta obra gerou uma certa polêmica na época, pois não era comum retratar nu feminino, nem mesmo de uma figura mitológica.

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac La Historia del Arte, Blume,ISBN 978-84-8076-765-1
  2. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o p q Diego Velázquez (em inglês) The National Gallery. Visitado em 05 de agosto de 2012.
  3. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am an ao Diego Rodrigues da Silva y Velázquez (emportuguês) Encyclopaedia Britannica do Brasil. Visitado em 05 de agosto de 2012.
  4. ↑ Ir para:a b c d http://staff.esuhsd.org/balochie/studentprojects/velazquez/index.html
  5. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w Guía de sala VELÁZQUEZ, Francisco Calvo Serraller
  6. ↑ Ir para:a b c d Diego Velázquez (em português) R7 Algo Sobre. Visitado em 05 da agosto de 2012.
  7. ↑ Ir para:a b c d e Diego Velázquez - Biografia (em português) UOL - Educação. Visitado em 05 de agosto de 2012.
  8. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m http://staff.esuhsd.org/balochie/studentprojects/velazquez/index.html (em inglês)
  9. Ir para cima BardiDocumentación sobre el hombre y el artista, p. 83.
  10. Ir para cima Corpus velazqueño, p. 40; el 7 de noviembre de 1621 recibió el bautizo Francisca, la octava hermana de Velázquez, cuando este ya había sido padre de dos niñas.
  11. Ir para cima Justi, op. cit., pp. 107-114.
  12. Ir para cima Gállego, op. cit., p. 15.
  13. ↑ Ir para:a b http://www.museodelprado.es/en/the-collection/online-gallery/on-line-gallery/obra/the-family-of-felipe-iv-or-las-meninas/ (em inglês)
  14. Ir para cima http://www.ibiblio.org/wm/paint/auth/velazquez/ (em inglês)
  15. Ir para cima Sir David Wilkie | biography - British painter. Visitado em 2015-08-25.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas

Commons
Commons possui imagens e outras mídias sobre Diego Velázquez

 Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Diego_Velazquez

Vida e obra de Diego Velázquez (1599 - 1660).

Existência tranqüila, talento nato

A  maior   marca  deixada  pelo  artista  espanhol  Velázquez  foi  seu  dom  em  propiciar dignidade e decência  a  todos  os  personagens que retratava,   fossem eles reis,  mulheres, crianças ou mesmo anões e bufões.

Diego Rodríguez de Silva y Velázquez era filho de nobres e nasceu em junho de  1599 em Sevilha, na época a cidade mais rica da Espanha devido ao seu movimentado porto. Incentivado pelo pai, estudou nas melhores escolas  e, já  aos  12  anos, iniciava os estudos em pintura, primeiro com Francesco de Herrera, conhecido como "el Viejo", e depois com Francisco Pacheco, que viria a ser seu sogro.

Precoce ao demonstrar talento para as artes, Velázquez mudou-se para Madri ainda muito jovem e, aos 24 anos, já assumia o cargo de pintor oficial da corte do rei Filipe IV. Ocuparia a função até o fim da vida, o que lhe daria condições de viajar e trabalhar com tranqüilidade.

Em  1628  tornou-se  amigo  do  pintor holandês Rubens,  que visitava  Madri.     Juntos, trocaram idéias sobre trabalhos do Renascimento italiano e conversaram  sobre mitologia, o  que  aumentou  o  desejo  de  Velázquez  de  conhecer  a   Itália, terra  de  pintores que exerceram grande influência sobre ele, como Caravaggio, Ticiano, Tintoretto e Veronese.

Filipe IV lhe deu permissão para viajar e, em 1629, Velázquez foi  à  Itália,  passando  por cidades como Gênova e Veneza até chegar a Roma, onde ficou por cerca de um ano. Seguiu depois para Nápoles, na época uma possessão espanhola. Especula-se que  o  artista tenha pintado muitas obras nesse período, mas apenas duas chegaram aos dias de hoje: "A Túnica de José" e "A Forja de Vulcano".  Um  Velázquez  ainda  mais  influenciado  pelos renascentistas e pela arte clássica retornou a Madri em 1631, iniciando sua fase  de  maior produtividade.

Homem  de  vida  tranqüila e comedida, Velázquez pintava com calma e lentidão, já que, por ser membro  da  corte real,  era  obrigado também a cumprir funções burocráticas. De temperamento  suave, levou  uma  vida  sem  grandes reviravoltas e de  produção artística relativamente  pequena:  menos de 150  telas suas chegaram  aos nossos dias.  Calcula-se, porém, que  tenha  pintado  não  mais que 200 quadros ao longo da vida, dado seu  ritmo compassado.  Morreu em julho  de  1660, em Madri,  aos  61  anos de  idade. Exatamente uma semana depois morria Juana, a filha de seu mestre Pacheco, com quem se  casara  aos 19 anos.

Curiosidades

•    "Seguidores"
"As Meninas", o trabalho mais conhecido  de  Velázquez,  teve 44 versões feitas por Pablo Picasso. Já o pintor Goya,   também  espanhol, homenageou Velázquez  colocando-se  na obra "A Família de Carlos IV" (1800), e na mesma posição: também à esquerda, pintando um quadro. O  pintor  Francis Bacon,  na década de 1950,  fez  várias  versões  a  partir do quadro "Retrato do Papa Inocêncio X".
•    Romance na Itália
Apesar da vida recatada e tranqüila de Velázquez,   um documento  descoberto  em   1983 revelou que uma viúva chamada Marta teria dado à luz um filho ilegítimo do artista: uma criança de colo chamada Antonio é citada no ano de 1652  (quando  Velázquez  tinha  53 anos).
•    Relações cruzadas
Francisco Pacheco, mestre de Velázquez durante seis anos e pai de sua esposa,   é  também autor do tratado Arte de la Pintura, escrito em 1649.   Velázquez foi  seu  aprendiz dos 11 aos 17 anos, e casou-se  com  Juana  aos  19 (ela tinha 17).  Tiveram  duas filhas.  À época do casamento, o mestre escreveu:  "Casei-o  com  minha  filha  movido  por  sua virtude e integridade, seus dotes e pelas promessas de um grande e inato talento".
•    Honrarias
Em 1652 Velázquez foi nomeado para o mais honroso dos cargos a que um pintor poderia chegar: "Aposentador Mayor", ou tesoureiro do rei. Porém, seu maior título alcançado foi o de Cavaleiro da Ordem de Santiago, em 1659, pouco antes de morrer.  O  rei  Filipe IV teve que obter uma permissão especial do papa Alexandre VII para conceder a honraria ao artista.    No  quadro   "As Meninas",  Velázquez  ostenta    no   peito  a   cruz   vermelha característica da ordem.

Contexto histórico
Antecipando tendências

Velázquez nasce no último ano do século 16, período em que a Espanha havia  se tornado a nação mais rica da Europa graças às suas colônias no Novo Mundo.  O  barroco  era    o estilo predominante, com seus contrastes de luzes e sombras, cores escuras e carregadas. Temas  religiosos  ainda  eram  os  mais representados  e  Velázquez,  apesar  de   ter feito quadros com essa temática,  ficaria  mais  famoso  por  sua magnífica habilidade em pintar retratos.

Antecipando  técnicas da Arte Moderna   que  seriam  desenvolvidas  por  impressionistas como Manet, Renoir e Monet, o pintor sevilhano era um mestre em representar  cenas  e figuras que, vistas de perto, não diziam muito, por causa de suas pinceladas  livres  e cruas, transparentes e borradas.  Porém, quando olhadas  de uma certa  distância,   seus  detalhes ganham uma dimensão e beleza impressionantes.  O "todo" só é apreendido quando visto de longe, evidenciando o talento e habilidade do pintor.

É possível  afirmar,  nclusive,  que sua maneira  realista  de  representação constituía,    na verdade, um "falso realismo": baseava-se somente na luz refletida  pelas  pessoas e objetos, quadros feitos sem esboços, sem linhas e marcações previamente desenhadas e  com  leves toques de pincel.   Daí a  dificuldade  em  "entendê-las"  olhando  muito  de  perto.     Os impressionistas, já no século 19, ficariam conhecidos exatamente por isso:  reproduziam as paisagens de acordo  com  a  luz  que  incidia  sobre elas, fazendo uso de pinceladas soltas, pouco precisas.

Diego Velázquez trabalhou para o rei Filipe IV por 37 anos. Ao tornar-se pintor oficial da corte, o rei tinha apenas 18 anos.   Durante as viagens do artista à Itália,   a  família   real não   permitia  que   nenhum   outro   pintor   fizesse  retratos   seus:   esperavam  até que Velázquez retornasse.   À época de sua morte,   o   rei   lhe   proporcionou  um  magnífico funeral.   E   o império espanhol, em 1660, já dava indícios de sua decadência: era o início do fim de seu período áureo.

Principais obras

1. "As Meninas" (1656) - Também chamado de "As Damas de Honra", é considerado seu trabalho mais equilibrado e inovador.
2. "A Rendição de Breda" ou "As Lanças" (1634-35) - De proporções perfeitas, está entre seus melhores trabalhos.
3. "Retrato do Papa Inocêncio X" (1650) - A posição do papa foi baseada num retrato do papa Paulo III feito por Ticiano.
4. "Vênus ao Espelho" (cerca de 1648) - Único nu remanescente de Velázquez (é sabido que ele pintou outros).
5. "As Fiandeiras" (1657) - A tapeçaria ao fundo ilustra uma disputa entre a deusa Atenas e Aracne, transformada em aranha após perder.
 

Fonte:  
http://mestres.folha.com.br/pintores/07/
http://7dasartes.blogspot.com.br/2012/01/vida-e-obra-de-diego-velazquez-1599.html

Velázquez obras, pinturas de Diego Velázquez

Análide das Obras de Velázquez

  • 1. A Virgem Coloca a Casula em Santo Ildefonso (1620):

    Uma das primeiras telas barrocas de Velázquez, com uma composição em diagonal e uma relação dinâmica entre as figuras.
    A Virgem Coloca a Casula em Santo Ildefonso, 1620
    A Virgem Coloca a Casula em Santo Ildefonso, 1620
  • 2. O Agueiro de Sevilha (1621):

    Pintura pertencente ao gênero de bodegónVelázquez pinta um vendedor com a mesma pompa e solenidade com que pintaria um padre em uma missa. A luz, bastante contrastada, é típica de um pintor que Velázquez muito admirava: Caravaggio. Em seus retratos, Velázquez confere igual importância à figura humana e aos objetos que compõem a cena.
    O Agueiro de Sevilha, 1621
    O Agueiro de Sevilha, 1621
  • 3. Felipe IV de Armadura (1628):

    Após tornar-se o pintor do rei, Velázquez realiza diversos retratos do soberano espanhol e dos membros da corte. Sua obra é então influenciada pelos pintores italianos, especialmente Ticiano, e por Rubens, que na época residia em Madri. Nestes retratos tipicamente barrocosVelázquez procura captar a complexidade psicológica de seus modelos, sem alterar a sua individualidade.
    Felipe IV de Armadura, 1628
    Felipe IV de Armadura, 1628
  • 4. A Rendição de Breda (1634-1635):

    Obra encomendada a Velázquez, que deveria pintar uma das vitórias militares alcançadas durante o reinado de Felipe IV – o artista escolheu retratar o desfecho da batalha entre os holandeses protestantes e à armada espanhola católica. Em primeiro plano, o pelotão holandês é mostrado desorganizado, mas digno. Ao centro, a mão do vencedor sobre o ombro do perdedor dignifica a derrota. Este é um dos poucos quadros históricos conhecidos de Velázquez. O rosto da extrema direita, que nos observa, é um autorretrato do pintor.
    A Rendição de Breda, 1634-1635
    A Rendição de Breda, 1634-1635
  • 5. Felipe IV a Cavalo (1635):

    Em seus quadros, Velázquez busca captar a essência do indivíduo, não no movimento, mas na imobilidade. Assim, Felipe é retratado impassível, como um deus.
    Felipe IV a Cavalo, 1635
    Felipe IV a Cavalo, 1635
  • 6. A Escola de Equitação (1635):

    A partir da década de 1630, Velázquez passa a se interessar mais pela paisagem em torno do retratado. Em “A Escola de Equitação”, vemos o príncipe Baltasar Carlos virando-se para o observador, conduzindo o seu cavalo, enquanto o professor de equitação conversa com o primeiro-ministro, o conde-duque de Olivares. Na janela, o rei Felipe e a Elizabeth observam a cena. O tom cotidiano é uma tentativa de contornar a convencionalidade do retrato.
    A Escola de Equitação, 1635
    A Escola de Equitação, 1635
  • 7. Felipe IV em Fraga (1644):

    Após uma importante vitória militar de Felipe IV, Velázquez realizou esta pintura do rei no front de batalha. A tela foi enviada por Felipe IV a rainha Isabel como uma promessa de amor conjugal. Destacam-se os tons prateados e cores vivas em contraste com o fundo escuro, e a técnica impressionista de Velázquez, que dissolve e esfumaça as formas retratadas.
    Felipe IV em Fraga, 1644
    Felipe IV em Fraga, 1644
  • 8. O Pavilhão de Arianna na Villa Medici (1650):

    Exemplos de paisagem pura são muito raros na obra de Velázquez. Ainda assim, o artista inovou, sendo um dos primeiros ocidentais a pintar ao ar livre – técnica mais tarde largamente utilizada pelos pintores impressionista.
    O Pavilhão de Arianna na Villa Medici , 1650
    O Pavilhão de Arianna na Villa Medici , 1650
  • 9. Vênus ao Espelho (1650):

    Único nu conhecido de Velázquez, “Vênus ao Espelho” é o retrato de uma mulher bastante sensual. Provavelmente, foi realizado durante uma segunda viagem de Velázquez a Roma. Na Espanha, tais retratos não eram permitidos.
    Vênus ao Espelho, 1650
    Vênus ao Espelho, 1650
  • 10. A Infanta Margherita com Dois Anos

    Em sua maturidade artística, Velázquez permite-se ousar cada vez mais. Em “A Infanta Margherita com Dois Anos”, a relação do espaço já não tem nenhuma relação com as regras da perspectiva. Os objetos são mais sugeridos do que representados, através de formas e cores.
    A Infanta Margherita com Dois Anos, 1653
    A Infanta Margherita com Dois Anos, 1653
  • 11. As Meninas (1656 – 1657):

    O título deste quadro faz alusão às damas da corte, que na pintura entretém a infanta Margherita. Obra de composição extremamente complexa, é o ponto culminante de um retrato visual e intelectual de Velázquez. Fizemos uma análise desta obra.
    As Meninas, 1656-1657
    As Meninas, 1656-1657
Fonte:http://abstracaocoletiva.com.br/2013/05/07/velazquez-obras/

Análise da obra “As Meninas”, de Velázquez

As Meninas – Parte 2 | Análise/Interpretação da obra.
As Meninas, 1656-1657
As Meninas, 1656-1657
O quadro “As Meninas”, também chamado de “Autorretrato com a Família de Felipe IV”, foi pintado por Velázquez em 1656. É considerado a obra-prima do mestre espanhol.
Destaques da obra “As Meninas”:
Margherita da Áustria: A infanta de Espanha – mais tarde imperatriz – ocupa o centro do quadro “As Meninas”. Na época com cerca de cinco anos de idade, Margherita era a pessoa mais indicada como sucessora ao trono, já que o rei Felipe IV não possuía um filho varão. Ocupa, portanto, o lugar central da composição.
Autorretrato: À esquerda da composição em “As Meninas” está Don Diego Velázquez, pintando uma grande tela. Ele segura a paleta de cores com a mão esquerda e um pincel com a direita, os símbolos de seu cargo no palácio. No peito, leva a insígnia da Ordem de Santiago. Como Velázquez somente foi nomeado cavaleiro em 1559, é provável que a insígnia tenha sido pintada posteriormente a conclusão da obra. A sala ao seu redor é o ateliê de Velázquez, localizado no Palácio de Alcázar, em Madri.
O espelho: Na parede de fundo do quarto retratado em “As Meninas”, um espelho reflete a imagem do rei Felipe IV e da rainha Maria Ana. O casal estaria, na realidade, no espaço físico ocupado pelo observador, e o Velázquez dentro da cena estaria realizando um retrato dos soberanos.
As meninas: A obra só foi denominada “As Meninas” em meados do século XIX. O título faz referências as duas damas de companhia mostradas ao lado da infanta Margherita: Maria Agustina, à esquerda, e Isabel de Velasco, à direita. Na corte espanhola, “menina”, uma palavra da língua portuguesa, era usada para denominar as jovens donzelas filhas de personagens da nobreza, que eram escolhidas como damas de companhia.
Figuras humanas: Além dos personagens já citados, são retratados na obra “As Meninas”: Mari-Barbola, uma anã; Nicolasito Pertusato, um anão que é mostrado com o pé sobre o cão deitado; Marcela de Ulloa, camareira-mor, um pouco mais atrás e em companhia de um guarda-damas; e finalmente, José Nieto, camareiro da rainha, visto no vão de uma porta ao fundo da composição.
A composição: A composição da tela “As Meninas” é organizado em uma espiral baseada na seção áurea, cujo centro é o peito da infanta Margherita. Metade da obra é dominada por um espaço desértico, enquanto os personagens do quadro ocupam a metade inferior da tela. O ponto de fuga, no fundo do quadro, auxilia na noção de profundidade e conduz o olhar.
As pinceladas: Se inicialmente Velázquez pintava de modo extremamente realista, com o passar do tempo o artista se inclinou a sacrificar os detalhes em favor do efeito geral. Em “As Meninas”, as pinceladas são bastante livres e vigorosas.
Fonte:http://abstracaocoletiva.com.br/2013/05/09/as-meninas/

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