O tema é sobre a Via-Sacra e suas capelas que compõem o complexo religioso do Santuário, verdadeiras obras-prima do artista Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho, que hoje é classificado Patrimônio Mundial pela UNESCO.
Vamos conhecer melhor as capelas e suas esculturas com os textos extraídos da enciclopédia livre Wikipedia (histórico) e do Guia Bravo! de Cultura das Cidades Históricas de Minas Gerais (texto das fotos):
Via-Sacra ou Via-Crucis do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos
Congonhas do Campo – Minas Gerais – Brasil
(fotografias de/photos by Rogério P.D. Luz)
A primeira igreja do novo Matosinhos de Minas Gerais foi construída em 1773, com a construção, anos após, entre 1780 e 1793 da Via Crúcis do sopé do morro até o santuário. Em 26 de julho de 1957, o Papa Pio XII, reconhecendo a importância histórica, artística e religiosa do conjunto, elevou a igreja principal à dignidade de Basílica Menor. A via-sacra é composta por uma série de capelas de planta quadrada, paredes caiadas e teto de quatro águas que abrigam cenas da Paixão de Cristo representadas mediante conjuntos esculturais esculpidos em cedro brasileiro e policromias, seguindo a estética sentimental e rebuscada do rococó.
O sacro caminho desenrola-se em ziguezague, subindo por uma ladeira simbólica na qual organizavam-se procissões de penitência para expiar as culpas da sociedade opulenta do final do século XVIII neste importante centro minerário do Novo Mundo
A Via Crucis, nas capelas
Desde 1796 o Aleijadinho encarregara-se de fazer 66 estátuas de tamanho natural, em cedro, para a Via Crucis das seis capelinhas votivas, trabalho findo em 1799. Mas a construção das capelas demorou: a primeira ficou pronta apenas em 1808. As figuras se inspiram no conjunto do Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, Portugal. A pintura das estátuas foi encarregada a Francisco Xavier Carneiro e Manuel da Costa Ataíde, o grande pintor mineiro do século XVIII.
As cenas da Via Crucis são feitas em cedro: no sopé da rampa, a A última ceia tem imagens inteiramente esculpidas pelo Aleijadinho, pintadas por Ataíde. O Cristo, de beleza serena, é semelhante aos profetas, com rosto estreito, ossos salientes, cabelo abundante, barba em sulcos apertados, mas a roupa adere mais ao corpo.
Jesus no Horto ou no Jardim das Oliveiras mostra uma figura formosa, o belo Cristo ajoelhado, de olhos orientais e persuasivos, o Anjo da Paixão (como seu companheiro da abside da igreja de São Francisco) pertence à tradição portuguesa, de olhos muito abertos, modo de estar cravado no solo, para criar o efeito que flutua no ar, cobre o fundo da cena com imensas asas abertas; o panejamento é característico do Aleijadinho, anguloso como lata amassada; há três apóstolos adormecidos, Tiago, Pedro e João. Trata-se de uma autêntica obra prima – apenas estes dois passos foram inteiramente feitos pelo Aleijadinho.
A prisão do Cristo tem oito figuras, Cristo, Pedro, Malco, servo do Sumo Pontifice de Jerusalém, Judas e quatro soldados. É um notável estudo da expressão dos personagens: violência encarnada por Pedro que se opõe: a ira do pescador de homens contra a mansidão do Cristo, que cura a ferida do soldado, voltando a prender no lugar a orelha cortada por Pedro.
A flagelação e coroação de espinhos mostra dois grupos numa capelinhas, os centuriões caricaturais, guardando lembrança da Idade Média, contraste com o Cristo apolíneo. Raro exemplo de nu na escultura do século XVIII. Os dois Cristos são do mestre Aleijadinho. Notáveis os braços, veias salientes e marcadas, no rosto o abandono, vigor especial ao sofrimento na estrutura fisico de atleta. Rostos sempre delgados, deixando adivinhar os ossos sob a pele.
Na coroação de Espinhos as pernas de Jesus novamente expostas, pateticamente, coroado de espinhos, de nobreza assombrosa, o irrisório cetro oferecido pelos soldados.
Jesus carregando a Cruz às costas – tropeça, observado pelas Santas Mulheres ou filhas de Jerusalém, uma com rosto que parece o Anjo da Paixão. Trajes recordando as figuras de presépios de barro dos fins do século XVIII. Maravilhosa figura do Cristo, expressão horrorizada do rosto, dedos tensos, pernas sangrentas, rosto do soldado ao fundo é a caricatura do rosto do Cristo, sempre na tradição portuguesa. Feitos pelo Aleijadinho o Cristo e a mulher que enxuga as lágrimas com o lenço.
A crucifixão mostra a grande vítima em holocausto. Faltaria o brio das outras? As figuras separadamente sim, o conjunto não. Nas cabeças do Cristo, o Aleijadinho é sempre um escultor do século XVIII: cabelos simplesmente divididos, lábios delicados, entreabertos, superfície terna da carne, são todos de sua mão – embora discípulos devam ter esculpido outras figuras.
Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, Minas Gerais, Brasil
Na nossa viagem a Ouro Preto, em Agosto de 2012, contratamos um tour de um dia para conhecer outras três cidades históricas de Minas Gerais e Congonhas foi a primeira pois ficava mais próxima, a menos de 50 km. Depois rodando mais de 160 kms seguimos para São João Del Rey e Tiradentes. O tempo foi apertado para tamanha distância e quantidade de visitas, não sendo recomendável.
Em Congonhas, também chamada de Congonhas do Campo, a principal atração turística é o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, mandado construir em 1773. Tem como destaque as obras do Aleijadinho em esculturas em pedra sabão de 12 Profetas e a Via Crucis composta por seis capelinhas com 66 imagens representando a Paixão de Cristo. Estas obras do Aleijadinho, importante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil falecido em 1814, serão objeto de outra postagem.
Não é coincidência certa inspiração ou semelhança com o Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, Portugal, pois como promessa para cura da sua doença grave, o português Feliciano Mendes, natural dessa cidade, mandou construí-la inspirada na igreja da sua terra. Em 1985, foi reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO. Vejamos então o que a Wikipedia tem a contar da sua história e outros detalhes:
(fotografias de/photos by Rogério P.D. Luz)
SANTUÁRIO DO BOM JESUS DE MATOSINHOS – MINAS GERAIS – BRASIL
O Santuário de Bom Jesus de Matosinhos é um conjunto arquitetônico e paisagístico formado por uma basílica, um adro com esculturas de Doze Profetas feitas por Aleijadinho e seis capelas com cenas da Paixão de Cristo. O santuário está localizado no morro do Maranhão, no município brasileiro de Congonhas, Estado de Minas Gerais.
O conjunto foi construído em várias etapas, nos séculos XVIII e XIX, por vários mestres, artesãos e pintores, como Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e Manuel da Costa Ataíde.
Tombado pelo SPHAN, atual IPHAN, em 1939, como patrimônio histórico nacional, foi considerado Patrimônio Mundial pela Unesco em 1985.
A fundação do santuário é atribuída ao português Feliciano Mendes que, tendo adoecido gravemente, prometeu construir um templo a Bom Jesus de Matosinhos, como o que havia em Braga, sua terra natal, caso alcançasse a cura.
A primeira igreja do novo Matosinhos de Minas Gerais foi construída em 1773, com a construção, anos após, entre 1780 e 1793 da Via Crúcis do sopé do morro até o santuário. Em 26 de julho de 1957, o Papa Pio XII, reconhecendo a importância histórica, artística e religiosa do conjunto, elevou a igreja principal à dignidade de Basílica Menor. A via-sacra é composta por uma série de capelas de planta quadrada, paredes caiadas e teto de quatro águas que abrigam cenas da Paixão de Cristo representadas mediante conjuntos esculturais esculpidos em cedro brasileiro e policromias, seguindo a estética sentimental e rebuscada do rococó.
O sacro caminho desenrola-se em ziguezague, subindo por uma ladeira simbólica na qual organizavam-se procissões de penitência para expiar as culpas da sociedade opulenta do final do século XVIII neste importante centro minerário do Novo Mundo.
A Via Crucis, nas capelas - Desde 1796 o Aleijadinho encarregara-se de fazer 66 estátuas de tamanho natural, em cedro, para a Via Crucis das seis capelinhas votivas, trabalho findo em 1799. Mas a construção das capelas demorou: a primeira ficou pronta apenas em 1808. As figuras se inspiram no conjunto doSantuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, Portugal. A pintura das estátuas foi encarregada a Francisco Xavier Carneiro e Manuel da Costa Ataíde, o grande pintor mineiro do século XVIII.
Na cena abaixo: Jesus carregando a Cruz às costas - tropeça, observado pelas Santas Mulheres ou filhas de Jerusalém, uma com rosto que parece o Anjo da Paixão. Trajes recordando as figuras de presépios de barro dos fins do século XVIII. Maravilhosa figura do Cristo, expressão horrorizada do rosto, dedos tensos, pernas sangrentas, rosto do soldado ao fundo é a caricatura do rosto do Cristo, sempre na tradição portuguesa. Feitos pelo Aleijadinho: o Cristo e a mulher que enxuga as lágrimas com o lenço.
Os Doze Profetas é um conjunto de esculturas em pedra sabão feitas entre 1795 a 1805 pelo artista Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho, localizadas no município de Congonhas do Campo, mais precisamente no adro do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos.
Tal como a maior parte das igrejas das Cidades Históricas de Minas Gerais, é proibido fotografar e filmar o seu interior no horário de visitas. Uma pena, pois se não usar flash penso que não haveria nenhum problema, embora haja também uma alegação por questão de segurança, já que tem acontecido furto de imagens sacras que seriam vendidas no mercado negro de colecionadores ou para exportação. Em Congonhas não foi diferente, mas fotografar do lado de fora, através uma porta, não havia restrição (?). Vejamos:
*(clicar nas fotos para aumentar)
Fonte:http://cronicasmacaenses.com/category/brasil/minas-gerais/cidades-historicas-minas-gerais/congonhas/santuario-bom-jesus-do-matosinhos/
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